sábado, 26 de junho de 2010

REGIONALISMO AMEAÇADO POR GOVERNO E OPOSIÇÃO

Portagens desviam o Trânsito para as Estradas Nacionais

António Justo
O Governo PS de Lisboa cedeu ao PSD determinando a introdução de portagens nas SCUT de todo o país. Com esta medida desvia-se grande parte do trânsito das auto-estradas para as vias secundárias. Em nome duma justiça saloia vem-se sobrecarregar a poluição das populações e agravar a qualidade de vida dos seus centros. Esta determinação vem tornar mais inviável o turismo e o veraneio fora de Lisboa e do Algarve.

O Governo PS começou por querer discriminar as regiões do Norte e agora ao alargar as portagens a todo o Portugal compromete também o PSD que “só” estaria de acordo se a medida abarcasse todo o país. Um imbróglio partidário para vender ao povo, como lógica, uma medida irracional e atrevida. Tal legislação só se justificaria se houvesse estradas rápidas alternativas (variantes) a passar fora das populações. Todo o Norte e Centro deveria já ter como alternativa uma variante contínua dado a antiga EN1 e outras passarem por dentro das populações. A Assembleia da República anda longe de Portugal e dos Portugueses desta maneira finta o povo, habituado a um discurso abstracto longe das realidades, a politiquices que não levam a lado nenhum.

Este é mais um golpe dos meninos bonitos da Capital e do capital contra as regiões. A zona mais atingida é a do Norte pelo facto das estradas alternativas às auto-estradas passarem pelo centro de zonas de grande concentração populacional. A sobrecarga que vai resultar do desvio do trânsito para as estradas nacionais terá, necessariamente, de chamar as populações às barricadas! A falta de investimento fora do grande centro Lisboa e os apoios da EU destinados às regiões desviados para Lisboa ou queimados em acções de fogos de vista, estão na base do endividamento da mão pública e privada. Estão à vista as consequências duma economia centralista megalómana, sem pés nem cabeça, levada a cabo por um executivo autista, que actua a olho, sem medida nem ponderação.

O povo desabafa resignado: “no Norte trabalha-se e em Lisboa gasta-se”! O povo todo trabalha atabalhoadamente e o Governo e seus comparsas gozam, num misto democrático de vaidade, má consciência, inveja e raiva.

Paira no ar português a convicção de que os “coveiros do nosso desenvolvimento, continuam a cavar mais a nossa recuperação económica, apostados em levar a ‘res-publica’ ao abismo”.

O povo protesta e como a revolta popular seria uma reacção adequada à discriminação, o bispo do Porto, viu-se obrigado a apelar à política para actuar no sentido da paz popular. Apelos não contam para uma política consciente de que os cães ladram enquanto a caravana passa. A democracia só pode ser salva a partir da pessoa e da movimentação das bases.

É estranho que o povo se tenha sentido na necessidade de ir a Lisboa “sensibilizar” os “seus”deputados para não apoiarem a introdução de chipes electrónicos para cobrança das portagens. O chumbo dos chipes pela oposição e excepções de portagens prometidas para residentes e empresas são actos insuficientes. Por outro lado, os deputados “provincianos” apanhados sós em Lisboa só se solidarizam com o partido; este é que concede mordomias e perspectivas e futuro.

As auto-estradas já são sustentadas com os impostos de gasolina pagos pelos contribuintes. Em todo o caso, antes de qualquer plano de introdução de portagens seria necessária a construção de vias rápidas (variantes) alternativas que circundem as populações. Já se torna agora insuportável a agressão da poluição sonora e do ar que as populações têm de suportar. Se estas ainda não têm sentido de qualidade de vida deveriam tê-la os que planeiam as redes de estradas e auto-estradas… Uma política falaciosa e autoritária continua a ser suportada por um povo rebanho que justifica um actuar político, estranho a sociedades com civismo desenvolvido. Em Portugal “cada ovelha vive com a sua parelha” e assim se justifica que alguns fiquem sempre com a parte do leão.

Na Alemanha não há portagens. O dinheiro que o Estado recebe do imposto da gasolina chega para construir e reparar as estradas e auto-estradas. Portagens só se introduziram, há pouco, para carros pesados pelo facto da Alemanha ser um país de passagem para o trânsito internacional. A grande afluência de camiões de transportes internacionais que estragam bastante o piso das auto-estradas e podendo eles meter gasolina fora do país não podia continuar a ser subsidiada apenas pelo contribuinte alemão, advogam eles.

A própria vizinha Espanha tem auto-estradas privadas com portagens e auto-estradas do estado sem portagens. A União Europeia concedeu grandes verbas para a construção de auto-estradas em Portugal para beneficiar as regiões, como foi o caso da A 28, e agora vem o governo, com uma simples leizita contrariar a política de promoção regional da EU e acentuar as dissimetrias regionais. E isto para arrebanhar contribuições para poder continuar a governar levianamente à custa do suor de alguns, sem uma política séria que envolve também os ricos na tarefa de impedir a falência do Estado português. Como em Portugal o abuso é lei aceite, já se prevê a sobrecarga das populações que ficam na trajectória da EN13 e da antiga EN1. E estas que aceitem o jugo, à maneira árabe, sem tugir nem mugirem. Não imaginam a qualidade de vida perdida, a desvalorização das casas à beira de estradas que passarão a ter de suportar um peso enorme devido ao trânsito que passará a ter de evitar as auto-estradas.

Já é tempo de dizer “chega de politiquices”


Assembleias das juntas de freguesias, assembleias paroquiais, e iniciativas ad hoc, unidas, poderiam dar expressão à insatisfação popular e organizar a desobediência civil com iniciativas da base em defesa do povo e das regiões. Podiam-se formar iniciativas de impacto cívico que motivem o povo para acções concretas, para iniciativas políticas e jurídicas a nível nacional e da EU, para bloqueios de estradas, chamada à responsabilidade dos deputados regionais, para a necessidade de organização da divisão do estado português em três regiões, com certa autonomia de impostos, ensino, etc. Doutro modo os explorados continuarão na posição de ovelhas ranhosas de que os lobos de Lisboa se riem!

A Nação não tem cor nem tem donos. Ela é um jardim colorido onde todas as cores se esvaem no ânimo dum povo arco-íris.

É inaceitável que os elefantes da política pateiam o jardim para o tornarem monocromo, ao jeito dum espírito partidário antinacional e contra o povo. Portugal encontra-se cada vez mais desfocado da realidade, e mais fossilizado no brilho da cor de ideologias alheias ao país e ao povo.

È triste a discussão a que se assiste em Portugal em torno das portagens. Uma discussão estéril, típica de portugueses: muito floreada e intelectual, de encosto a uma ou outra ideologia, de alguns para alguns, sempre à margem da realidade, da coisa em si, e à margem do povo, do meio geográfico e da nação. Onde não há povo não há nação e então surge o Estado autoritário com parasitas e abutres sobranceiros sempre com os olhos nas fundeadas da nação.

A incompetência política e económica graça entre agonia e accionismo. A política despreza a realidade cultural e geográfica das diferentes regiões portuguesas. Onde falta a competência diminui a autoridade aumenta o autoritarismo (já pior que no tempo de Salazar) e cresce a subserviência do povo. A pobreza material e espiritual aumentam de maneira assustadora.

Os do areópago querem o mundo só para eles, ou quando muito a servi-los. Não permitem que o Homem honesto sonhe com um mundo mais equilibrado e mais justo. Contra o atrevimento e a irracionalidade política que já não respeita democracia, povo nem nação, terão que se levantar as mulheres e os homens honestos de todos os partidos e da religião, juntarem-se a nível de freguesias e de paróquias, em acções conjuntas e começar com a remodelação de mentalidades e estruturas encrostadas que nos conduzem à ruína e à desonra. A salvação não vem das montanhas mas dos vales. Os cedros são um impedimento até para as ervas que asfixiam à sua sombra. Já Horácio admoestava para a realidade de que quando as montanhas dão à luz só nasce um ratinho ridículo.

Quem se lamenta ou é fraco ou aguenta… Há que redescobrir o lema de S. Paulo: “Não sou conduzido, conduzo” (Non ducor, duco)


António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com

quinta-feira, 24 de junho de 2010

DÍVIDA PÚBLICA AMEAÇA OS ESTADOS

A PRAGA DA DÍVIDA PÚBLICA AMEAÇA OS ESTADOS
Uma Comparação entre a Alemanha e Portugal

António Justo
Situação na Alemanha

A dívida do estado Alemão é de 1.716.987 milhões de euros. Devido aos juros, a dívida aumenta 4.481 € por segundo. A cada um dos cidadãos alemães corresponde uma dívida de 21.003 €. E isto num estado com uma economia forte!...

O Estado não tem reserva. A poupança do Estado não chega sequer para amortizar os juros.
Na Alemanha, até hoje só o chanceler Konrad Adenauer (1949-57) conseguiu uma reserva de poupança de 4.000 milhões €.

O endividamento da Alemanha ainda merece um certo desconto. O preço da União da Alemanha com as transferências anuais de milhares de milhões de euros da Alemanha ocidental para a Alemanha socialista (antiga DDR) é horrendo. Além disso, segundo as estatísticas, um terço do que os alemães produzem, num ano, são gastos com o estado social (assistência à saúde, desemprego, etc.).

Na Alemanha o governo seguia a regra de que as novas dívidas a fazer de ano para ano não podiam ultrapassar os investimentos que o Estado faz. Tem orientado o endividamento ao crescimento do PIB. Entretanto o Tribunal Constitucional alemão exigiu um travão para o endividamento. Como consequência do travão das dívidas imposto pela Constituição, os Governos terão de cumprir o determinado a partir de 2011, isto é, com o tempo, terão de se safar sem recorrer a créditos. A Alemanha federal terá de reduzir até 2016, as dívidas novas, a um máximo de 0,35% do PIB.

A seguir-se a lógica da prática governativa, até agora, isto significarás que, a longo prazo, os governos aumentarão os impostos para contrabalançarem o travão das dívidas. Em vez disso seria necessário um Estado mais magro e políticos menos gulosos!

Por outro lado a situação mundial é mesmo má: a dívida externa total no mundo é de 98% do PIB mundial. Isto imprime, no comportamento dos países, uma dinâmica de endividamento e de inflação crescente.

Situação em Portugal


A dívida pública do Estado português cresce assustadoramente passando de 125,9 mil milhões € em 2009 para 142,9 mil milhões € em 2010 (isto é, para 85,4% do produto interno bruto).

O endividamento privado da economia portuguesa atingiu 115% do PIB em 2009. As pessoas e empresas privadas endividam-se perante os bancos nacionais e os bancos nacionais endividam-se perante os bancos estrangeiros. As nações dos bancos credores, como no caso da Alemanha, vêem-se obrigadas a apoiar as nações à beira da falência para que estas possam amortizar as dívidas dos seus bancos e assim impedir que a insolvência destes atinjam os seus. Quando as dívidas privadas e do Estado se efectuam na circulação interna do país, a situada não é muito má; o problema surge no momento em que as dívidas são contraídas no estrangeiro. Neste caso vale a lógica da economia privada. Por isso, a comparação entre países com dívidas carece de objectividade linear e conduz ao erro. As dívidas do Estado reprimem os investimentos privados. Segundo se pode verificar no diagrama do NY Times ( http://www.nytimes.com/interactive/2010/05/02/weekinreview/02marsh.html ) os empréstimos/dividas são maioritariamente intra-europeus. O mal está para os países que têm de recorrer a crédito internacional. Para a EU (União Europeia) o problema não é grande porque o proveito fica nela (nos países credores).

No que respeita ao PIB per capita com poder de compra, como refere o DN, numa escala dos países, a média europeia situa-se no índice 100; o Luxemburgo atinge o índice 268, a Alemanha 116, a Grécia 95, Portugal 78 e em situação pior que Portugal temos apenas os 8 países europeus do antigo bloco socialista.

Privadamente os portugueses encontram-se super-endividados tal como o Estado. Os portugueses têm investido em produtos consumistas e o Estado tem seguido uma política aleatória de investimentos em projectos de prestígio não produtivos. As políticas em curso são insuficientes e contra-produtivas porque sobrecarregam o consumidor e as pequenas e médias empresas. Portugal permanece incorrigível e os governos são irresponsáveis e não têm competência para governar um país que apesar da sua posição marginal tem grandes potencialidades que continuarão a ser desaproveitadas.

Na Europa, os impostos directos e indirectos são de tal ordem elevados que, feitas bem as contas, 75% do que uma pessoa ganha fica para o Estado.

De ano para ano os Governos recorrem a empréstimos servindo-se deles para descontar parte dos juros dos créditos anteriores. A montanha das dívidas cresce continuamente sem haver amortização mesmo nos anos das vacas gordas. Combate-se a crise das dívidas com novas dívidas. Já ninguém conta com a possibilidade de as pagar. Um princípio financeiro diz que as dívidas de hoje são os impostos de amanhã. O Estado financia-se através de impostos e de dívidas. O endividamento adia a carga para o futuro devido aos juros e amortizações a saldar.

Em cada orçamento de família as despesas não devem superar as entradas. Os governos contam com a falência fazendo valer uma política partidária apenas interessada em adiar a catástrofe! Para dançarinos do poder o stress da dívida conduz a irracionalidades mas não a insónias.

Uma dona de casa que se comportasse no governo da casa como os governos se comportam com o orçamento do Estado, já há muito estaria sujeita ao escárnio dos vizinhos, não teria fiadores e encontrar-se-ia em apuros com a justiça. Os políticos exploram o estado como se este fosse rico; permitem-se mordomias, carros de serviço de luxo, funções acessórias em conselhos ficais de bancos, de empresas, contribuindo assim para a corrupção das instituições.

Não se preocupam com o futuro dos outros, com o futuro da civilização. A bancarrota e a guerra são as soluções conhecidas do passado. As elites não se preocupam porque sabem que as falências e a guerra são pagas pelos trabalhadores e pelos soldados rasos. Os que provocam as insolvências safam-se a tempo!

O Estado e os seus políticos são esbanjadores vivendo em conivência com os poderosos. Apesar do momento crucial em que nos encontramos dão-se, descaradamente, ao luxo de aumentar os seus ordenados! Poupam naqueles que não se podem defender. Com o tempo não restará ao povo outra opção senão sair para a rua em defesa da justiça e da democracia. Infelizmente a lei da vida parece dar razão aos que fazem uso da violência e da exploração.

O preço da falência dos bancos foi a credibilidade da política, o preço da crise dos estados será a democracia.

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajustp@googlemail.com

terça-feira, 22 de junho de 2010

REFORMA AOS 70 ANOS

Previsões sombrias da União Europeia
António Justo

Um Estudo, agora publicado pela EU, prevê a reforma aos 70 anos para quem nasceu a partir de 1990. Com o prolongamento da fase de tempo de trabalho pretende-se compensar a diminuição de contribuições a entrar nas caixas de previdência, devido à diminuição da população activa, e evitar maiores contribuições. Segundo o Estudo, actualmente na EU, a entrada para a reforma dá-se, em média, aos 60 anos e na OECD aos 63,5 anos para os homens e aos 62,2 para as mulheres.

A problemática deve-se ao facto de haver uma grande redução de nascimentos. Hoje três empregados financiam um reformado. A partir de 2030 serão dois a suportar o financiamento dum aposentado e para 2060 prevê-se três pessoas com emprego a financiar quatro pensionistas.

A Comissão Europeia parte do princípio que, daqui a 50 anos, as pessoas viverão, em média, mais sete anos que agora. Pelo que o cidadão, a partir dos 18 anos de idade, deverá dedicar dois terços do tempo restante no activo e um terço no passivo (reforma).

Dentro de 50 anos, segundo uma estimativa da Universidade de Colónia, a expectativa de vida duma mulher será de 93 anos e a dum homem de 88 anos. Entre quatro mulheres, uma atingirá os 100 anos. O Estudo considera como realista a previsão da subida de 2,2 milhões, das pessoas que precisam de assistência actualmente na Alemanha, para 4,5 milhões dentro de 50 anos.

Na Alemanha já vigora uma lei que obriga os trabalhadores, a partir de 2012, a trabalhar mais um mês por ano para em 2030 poder atingir a reforma aos 67 anos. Na Inglaterra a legislacao prevê que a reforma atingirá os 68 anos até 2048. Na Dinamarca também será elevada paulatinamente dos 65 para os 67 anos. Os Estados nórdicos fizeram já o que os do Sul são obrigados a fazer depois.

Muitos governos esperam a regulamentação a partir de Bruxelas (EU) porque se o fizessem por iniciativa própria seriam castigados pelos eleitores.

A juventude de amanhã terá de pagar cara a política individualista de hoje contra a família.

Para o actual sistema de reforma não ir à falência a alternativa seria fazer filhos! O recurso aos filhos dos outros, aos imigrantes de outras culturas além de injusto irá acrescentar conflitos sociais aos económicos e deste modo se radicaliza a tensão entre sociedade acolhedora e sociedade hospedada.

O sistema actual de reforma precisa duma reforma radical. É incompreensível que empregados, a partir dum salário mensal alto, já não sejam obrigados a descontar para o sistema de reforma. O mesmo se diga da divisão entre descontos do Estado/empregados do Estado e os descontos dos restantes para as caixas normais. A classe média é sobrecarregada

A perspectiva do futuro não é risonha e é ainda escurecida pela irresponsabilidade dos políticos que, dia a dia, aumentam a dívida pública já impagável. Si vis pacem para bellum, diziam os romanos! Nós esbanjamos a paz!


António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajustp@googlemail.com

segunda-feira, 21 de junho de 2010

PORTUGAL 7 – COREIA DO NORTE 0

Comentadores alemães elogiam a Qualidade do Jogo português
António Justo

Uma exibição exemplar que encantou Portugueses e Alemães aqui na Alemanha
Poprugal jogou bem contra a Coreia do Norte.
Parabéns à equipa, parabéns aos portugueses. Quando actuamos como grupo mostramos realmente as potencialidades que temos! O espírito de comiunidade possibilitou mostrar a riqueza dos marcadores, por ordem de marcação: Raul Meireles, Simão, Hugo Almeida, Tiago, Liedson e Cristiano Ronaldo. Cristiano Ronaldo trabalhou para a equipa!
Desta vez tivemos em campo uma equipa com espírito de grupo e não um grupo de individualistas .
O jogo foi um espectáculo para todos os espectadores! Parabés à selecção, parabéns a Portugal!
A política portuguesa terá de aprender a lição e descobrir-se como equipa: descobrir-se como equipa em jogo com todos os portugueses, para poder juntar às alegrias futebolísticas, outras alegrias...

Os comentadores alemães ficaram emocionados com a qualidade do jogo português! Desta vez os espectadores foram prendados com um espectáculo de jogo!

António da Cunha Duarte Justo

quinta-feira, 17 de junho de 2010

EPICENTROS DA CRISE : GRÉCIA-ESPANHA-IRLANDA-PORTUGAL…

A suave Guerra Civil contra o Povo
António Justo


A política continua a dar razão aos especuladores que agora aumentam os seus lucros à custa do Estado. Os Governos que salvaram os bancos da bancarrota logicamente também salvarão os Estados da falência, à custa da ruína do contribuinte e da qualidade de vida do povo. Os especuladores têm assim uma garantia de Estado quase a “fundos pedidos”.

Grandes bancos e especuladores compram, a preços baixos, os empréstimos feitos às empresas multinacionais, institutos bancários em crise e aos estados em falência; em seguida apresentam-nos aos Bancos Emissores de notas como garantia, do dinheiro fresco que estes, por sua vez, lhes emprestam a juros baixíssimos. Com este dinheiro facilmente se atingem lucros em negócios especulativos. E assim nos encontramos na mesma dinâmica da especulação como antes da crise financeira. O Deutsce Bank conseguiu no primeiro trimestre de 2010 um lucro de 2,8 mil milhões de euros através de investimentos bancários (Investimentbanking). Assim se ganha também à custa da crise grega.

A crise financeira ainda continua enfurecida no sector bancário e alarga-se aos Estados. O epicentro tornou-se a Grécia.

As elites dos estados ocidentais encontram-se desorientadas e sem cabeça perante o liberalismo e o globalismo selvagens que apesar de tudo beneficiarão a China, a Índia, o Brasil, etc.

A tempestade propagada pela crise dos bancos não passou; a dos bancos espanhóis ainda está para vir. A Espanha terá que se tornar pedinte da União Europeia para que a crise dos bancos não se torne numa crise do Estado. Com esta acção contribuirá para a manutenção da “praga dos gafanhotos” das economias nacionais. A Espanha, devido à falta de crédito, é, depois da Grécia, o país da zona euro que paga mais juros por empréstimos dos bancos internacionais. Por créditos, a prazo de dez anos, já paga 4,72 % de juros. (O juro que a Alemanha (país ainda com crédito) paga, por créditos a prazo de dois anos, não chega a 0,5%). Em Maio, bancos espanhóis pediram ao EZB um empréstimo de 85 mil milhões de Euros frescos e baratos. A desvalorização do mercado imobiliário na Espanha provocou uma grande crise nos bancos espanhóis. O problema não é só dos bancos espanhóis dado estes, em 2009, deverem 112 mil milhões de euros aos bancos internacionais, cabendo aos alemães o quinhão de 33 mil milhões de euros. Os maiores credores de Espanha encontram-se nervosos mas não querem que se torne pública a verdadeira situação porque isso seria “perigosíssimo”. O que os salva é a esperança e a ingenuidade dos clientes. A caravana da crise ainda vai no adro!

Todos os estados têm dívidas mastodônticas e impagáveis.
Disto ninguém está interessado em falar! Os orçamentos do estado não conseguem, sequer, pagar, regularmente, os juros da dívida que têm. Em vez disso ainda aumentam as dívidas, de ano para ano, para poderem ir pagando parte dos juros.

Entre os países com maior défice de Estado temos a Grécia com -12,2%, a Irlanda com -14%, a Espanha com -10,1% e Portugal com -8,0%. A situação das dívidas dos Estados, em percentagem relativamente ao PIB, atinge na Grécia os 124,9% do PIB, em Portugal 84,6%, na Irlanda 82,9% e na Espanha 66,3% (Cfr. EU Kommission, Schätzung 2010).

Até agora a Política tem desviado os olhos dos cidadãos para os Bancos e para assuntos secundários, para assim se ilibarem da responsabilidade. Alguns políticos já começam atempadamente a abandonar a política e a procurar o seu ganha-pão em bons reservados da economia. O poder de compra das camadas baixas e média cada vez é menor. O povo vai dando azo à ilusão barafustando contra a política, fazendo manifestações, exigindo novas eleições, e, ao mesmo tempo, compensando com futebol e sexo.

Uma classe política sem ética social serve-se e serve os seus iguais; safam-se, não se importando com o dilúvio que deixam atrás de si, e que se aproxima paulatinamente mas com segurança.
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A insatisfação popular vai crescendo até chegar a ponto de criar novas realidades a nível parlamentar.
Os governos ainda conseguem tapar a boca aos sindicatos. Com o tempo só as igrejas e movimentos sociais poderão fazer ouvir a voz do povo.

Na União Europeia, encontramo-nos num processo de desmantelamento da ordem social e ética, em luta implícita contra a cultura nacional e contra o Povo. Os governos dão cobertura a uma palavra de ordem que parece pairar no ar: ricos e elites do mundo, uni-vos na política dos abastados contra o cidadão médio e baixo.

O teólogo jesuíta Friedhelm Hengsbach, perito em ética social, referindo-se às medidas dos governantes em relação ao povo, diz: “isto é política no interesse dos abastados, uma guerra civil contra o povo simples”.

As instituições estatais e os Media encontram-se de tal modo implicadas e comprometidos com o sistema partidário que cada vez oferece menos garantia e menos confiança ao cidadão. Os tribunais precisariam de competência e autoridade para poderem garantir um mínimo de justiça pautada por valores sociais fundamentais. As Igrejas precisariam de maior coragem e menos medo dos que se apoderaram do Estado; o povo é o seu meio e este precisa de ser acordado! Os sindicatos precisariam de independência partidária para ganharem autoridade: não chega a defesa do emprego e do salário.

À guerra contra os fundamentos da própria cultura, contra a ética cristã, contra a família e contra a nação segue-se a guerra contra o povo simples, acaba-se com a democracia social. Antes havia comunistas e capitalistas, conservadores e progressistas agora sobressaem os oportunistas. A Europa já parece cansada dum período tão longo de paz, cansada dos ideais que a tornaram presente no mundo; quer passar ao pragmatismo relativista e ao sofismo, próprios dos períodos de transição da História humana.

António da Cunha Duarte Justo


antoniocunhajusto@googlemail.com

quarta-feira, 16 de junho de 2010

ALEMANHA - O MOTOR DA UNIÃO EUROPEIA EM DIFICULDADES

Abismo entre Pobres e Ricos cada vez maior na Europa
António Justo


Segundo um Estudo do Instituto Alemão para Investigação Económica (DIW) que acaba de sair, na Alemanha, cada vez há mais pobres e estes são cada vez mais pobres. Ao mesmo tempo aumentam os ricos e a classe média diminui. O estudo refere-se à média do vencimento mensal líquido, disponível por pessoa, no orçamento do agregado familiar.

O Estudo constata que de 2000 até 2009 a percentagem de pobres passou de 18 para 22% (cfr. SOEP, Berechnungen DIW) tendo o seu rendimento médio descido de 680 para 677 Euros por pessoa.

A percentagem dos ricos aumentou de 15,6 para 16,6% da população. Os ricos contam no seu orçamento familiar com 2.672 euros líquidos por pessoa.

A classe média de agregados familiares com vencimento médio passou de 64 para 61,5% da população. A classe média usufrui dum vencimento em média de 1.311 Euros por membro do agregado familiar.

Como orientação para a qualificação de pobre ou rico o DIW partiu da média do orçamento familiar single que é de 1.229Euros, isto é, ganha menos de 50% do que os ricos e mais do que 50% do que os pobres. Assim pobre é quem dispõe de menos de 70% daquela quantia (1229 euros), isto é, menos de 860 euros mensais. Rico é quem dispõe mais de 150% daquela quantia, isto é, mais de 1.844 euros por mês.

As medidas de poupança do governo, agora apresentadas, vêm aumentar os contrastes sociais poupando os ricos.

A classe média cada vez se encontra mais confrontada com o medo de descer para o grupo dos pobres. Um sistema que desestabiliza a classe média ameaça a estabilidade social.

A quem acompanha o desenvolvimento da sociedade alemã e dos países mais potentes da EU constata que os governos fomentam as empresas fortes com as poupanças efectuadas na classe média e pobre para aqueles poderem investir no estrangeiro em nome da globalização fomentando assim um turbo-liberalismo à custa da classe produtora.

A economia, depois da grande guerra, fomentou a imigração, trazendo os migrantes para as suas fábricas. O turbo-liberalismo, a partir do da introdução do Euro passou a mobilizar o capital para o estrangeiro investindo junto das potenciais massas consumidoras (principalmente na Ásia).

O sistema económico vigente deixou os países sós com os potenciais conflituosos de guetos de imigrantes e agora leva o dinheiro dos trabalhadores deixando atrás de si um vácuo com desemprego e uma crise catastrófica que irá provocar grandes convulsões sociais.

Uma economia irresponsável para com as pessoas e as nações não pode continuar a assegurar o seu futuro à custa da exploração do Homem e dos países menos desenvolvidos.

As pragas que acompanham o sistema económico são possibilitadas por um sistema político, que, à margem do cidadão e dos países, corre atrás do dinheiro baseando-se no pragmatismo egoísta.

António da Cunha Duarte Justo


antoniocunhajusto@googlemail.com

terça-feira, 8 de junho de 2010

JOVENS MUÇULMANOS MAIS VIOLENTOS QUE JOVENS DOUTRAS RELIGIÕES

Investigação sobre a Relação entre Brutalidade e Pertença Religiosa de Jovens de Descendência Migrante
António Justo
Cientistas do Instituto de Investigação de Criminologia do Estado da Baixa Saxónia, na Alemanha, fizeram uma investigação durante dois anos, sobre o comportamento de jovens de descendência migrante, pertencentes a diferentes confissões religiosas. A investigação foi feita em 61 cidades a 45.000 jovens entre os 14 e os 16 anos (10.000 com fundo migrante). Segundo suas informações e de vítimas os delitos centram-se em lesões corporais e roubos.

O resultado a que chega o Estudo, agora apresentado, vem confirmar a opinião popular de que o Islão, ou a sua apresentação, favorecem a violência.

De facto, jovens muçulmanos são mais violentos do que jovens doutras religiões. A quota de maior criminalidade entre os crentes islâmicos “muito religiosos” é de 23,5% e entre os crentes islâmicos “algo religiosos” é de 19,6 %.

A quota, entre os crentes cristãos (maioria de proveniência russa e polaca) é de 12,4% nos “muito religiosos” e de 21,8% entre os “não religiosos”.

Os jovens cristãos quanto mais religiosos são mais pacíficos e menos machistas e no Islão quanto mais religiosos mais violentos e mais machistas.

O criminólogo Christian Pfeiffer verifica que o culto do poder fomenta a violência: “um problema do Islão ou um problema da mediação do Islão”.

A Ministra da Integração do Estado da Baixa Saxónia, Aygül Özkan (de origem turca) diz que “faltam modelos positivos” para os jovens muçulmanos.

Segundo o porta-voz do Estudo, Christian Pfeiffer, a religiosidade muçulmana “fomenta a aceitação de cultura macho”. Na religião e na família os jovens têm o exemplo duma imagem conservadora que afirma o privilégio do homem.

Deu-se uma quebra cultural que levou ao avanço das mulheres e à frustração e agressão do sexo “forte”.

A juventude é vítima, devido, por um lado, ao carácter de Gueto da própria cultura que se fecha em enclaves turcos e, por outro lado, a dificuldades de integração.

Também o Prof. Dr. Rauf Ceylan (de proveniência turca) confirma, em entrevista, que “quanto mais religiosos os jovens são mais desce a identificação com a Alemanha”.

Os jovens são vítimas e agentes da violência.

António da Cunha Duarte Justo

terça-feira, 1 de junho de 2010

PRESIDENTE DA ALEMANHA DEMITE-SE

Demissão é Prenúncio de maiores Crises
António Justo
Horst Köhler, presidente da RFA, demite-se no início do seu segundo mandato provocando um terramoto de dimensões incalculáveis a nível político e social. Foi alvo de duras críticas pelo erro diplomático que cometeu na afirmação que fez sobre a presença dos soldados alemães no Afeganistão. Esta vem possibilitar a interpretação de que a guerra no Afeganistão além de combate ao terrorismo e da presença humanitária também tem a ver com interesses económicos a defender. Muitos dizem que a sua afirmação foi um lapso. Geralmente, como diz a psicologia, nos lapsos é que estão as verdades. Granjeou críticas não só da classe política mas do jornalismo em geral.

O Presidente saiu batendo com a porta. O argumento apresentado para justificação da sua demissão foi a “falta de respeito” perante o seu cargo e mal-interpretações por parte da opinião pública. A Chnceler Ângela Merkel só foi informada da sua decisão duas horas antes do acto público da sua demissão com efeitos imediatos. Estranho caso e explicação incompleta!...

Köhler era um tecnocrata, cristão de formato com opinião própria. Não pertencia à classe política e dava a impressão de se sentir melhor entre o povo do que com ela. Apesar de seis anos de presidência continuava um estranho na política. Deixou toda a gente consternada. Surge a questão do patriotismo!

O argumento, da honra ofendida ou da falta de “respeito”, não conta numa sociedade habituada ao pragmatismo e a políticos com pele de elefante. Naturalmente que dar com a porta na cara da política num momento de crise económica e financeira tão grave, aumenta a crise política e dá azo a especulações. Um homem tão amigo da África e do povo não pode ter tomado a decisão apenas por hipersensibilidade.

A demissão pode ser vista como agouro de crises não só para a Alemanha como também para a União Europeia. Ele, um dos grandes peritos em finanças do mundo talvez saiba demais, e atendendo a que à crise dos bancos se prevê a crise dos estados, pode especular-se que ele saia para não ser envolvido no caos que já prevê!

Quem se encontra em maus lençóis é a chanceler Ângela Merkel. Tem um monte de cacos pela frente! A crise da Grécia e doutros estados da EU que está a ser solucionada duma maneira não muito conforme à Alemanha e as medidas até agora tomadas parecem continuar a beneficiar os especuladores. A Alemanha é que tem de suportar com os maiores encargos da União Europeia e o futuro não oferece garantias nenhumas. O endividamento público obriga o governo alemão, para já, a um pacote de poupança no valor de dez mil milhões de euros. Há dias, o anúncio de demissão, de Roland Koch, do cargo de presidente do Estado Federado do Hessen e de todas as funções políticas. Político de grande competência, uma personalidade não comum na classe política, tinha opinião própria, muitas vezes divergente da linha do partido, era o bastião da ala conservadora do partido de Ângela Merkel (CDU). Deixa a política daqui a um mês, afirmando que também há vida depois da vida do partido.

O presidente Horst Köhler, antigo presidente do IWF, aquando da crise financeira, não se manifestou, num momento em que a nação esperava dele uma palavra de orientação.

Antes da crise financeira tinha lamentado o agir incontrolado de actores financeiros definindo-os como “monstros” que deveriam ser refreados. Talvez ele saiba mais que ninguém que os maiores responsáveis pela crise são os governantes. Os políticos apoiam um sistema financeiro que dá cobertura à sua política de endividamento dos Estados. O único remédio neste caso seria os governos não fazerem mais dívidas e saldaremas que têm. Talvez Köhler pense isto mas não o possa dizer. Resta-lhe ser coerente e sofrer as consequências disso. Também admoestou a nação para o processo de divisão da nação: a tesoura entre os que têm trabalho e os desempregados, entre ricos e pobre cada vez é maior. Duas vezes não assinou leis do parlamento para promulgação.

A política gostaria de o ter ouvido quando se calou e que se calasse quando falou. Temos um governo desconfortado e um povo desconsolado. A pragmática Ângela Merkel não se sente bem com a situação internacional, com conservadores descontentes dentro do partido e com um partido (FDP) de coligação que não colabora muito!

Agora que a nação se encontra em crise acrescentada, Ângela Merkel da união dos cristãos-democratas (CDU) e sociais-democratas (CSU) talvez fizesse bem em denunciar a coligação com os democratas livres (FDP) e fazer uma grande coligação com os sociais-democratas (SPD). A situação é séria e em tempos de crise é preciso governos estáveis.

Dentro de trinta dias ter-se-á um/a novo/a presidente da RFA.

António da Cunha Duarte Justo

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