domingo, 5 de maio de 2024

MORAL SECULAR E MORAL CRISTÃ EM DIÁLOGO

 

Ética e Moral em contexto de Globalismo e Interculturalismo

 

Moralidade é a resposta a nível de conduta a princípios, valores e regras de comportamento que orientam o ser humano para o bom viver em sociedade no sentido de alcançar a felicidade...

A ética (filosofia moral) serve-se das diferentes concepções de moralidade para buscar princípios universais que orientem o comportamento humano, no âmbito do certo e do errado e procura estabelecer padrões e princípios de comportamento do bom viver para todas as pessoas.

A moral é mais pessoal e culturalmente circunstanciada, estabelecendo o seu comportamento no âmbito do bem e do mal...

A moral secular situa-se fora das tradições religiosas embora integre delas muitos valores secularizados que em vez de assumirem uma relação com Deus buscam a fonte da sua orientação comportamental na razão, na ciência e na legislação estatal...

A moral cristã baseia os princípios éticos que orientam o comportamento humano em Deus, na tradição, na razão e no agir de Jesus Cristo. As normas morais cristãs, pelo facto de estarem sujeitas à consciência pessoal de cada um não contradizem o caracter universal da moral apesar do código formal que as envolve (no cristianismo a consciência individual é a soberana). Parte de um só Deus como elo comum de toda a humanidade e em que todo o humano tem a mesma dignidade inviolável baseada na filiação divina independentemente de crença ou descrença....

Enquanto a moral secular acentua o falar de valores, a moral cristã acentua a virtude (atitudes humanas), isto é, valores aplicados...

A ética (filosofia moral) serve-se das diferentes concepções a respeito da moralidade para buscar princípios universais que governem o comportamento humano, no âmbito do certo e do errado e procura estabelecer padrões e princípios de comportamento do bom viver para todas as pessoas...

A ética secular geralmente orienta a moralidade pelas consequências das acções praticadas tendo em vista o caracter utilitário delas. O padrão de orientação para a moral correcta verifica-se  nas consequências positivas para a maioria das pessoas....

A flexibilidade da moral cristã revela-se no respeito pela consciência individual considerada soberana e pela presença do Espírito Santo como forma de expressar a revelação de Deus a nível individual e no processo histórico...

As desvantagens visíveis na moral secular devem-se sobretudo à precaridade das suas fundamentações a nível de fontes e de autoridade e a não considerarem a pessoa integral pois deixam fora do seu âmbito questões espirituais e existenciais profundas ...

A flexibilidade da moral secular pressupõe como consequência o relativismo moral que conduz à atitude de cada cabeça sua sentença e ao possível descrédito de tudo o que é institucional possibilitando um estado cultural confuso e caótico que só viria a servir a institucionalização de um poder autoritário global anónimo preocupado apenas em seguir o espírito do tempo ou em determiná-lo. Por outra parte, em termos sociais, a moral cristã, na sua tendência    para se fixar sobretudo na tradição, revela uma certa inflexibilidade perante as mudanças sociais dando a impressão de chegar atrasada na história. A sociedade, porém, precisa de instituições alternativas estáveis não só viradas para o presente e deste modo temperem o encanto do novo e do provisório de modo a garantir mais responsabilidade humana e histórica no desenvolvimento humano...

Crenças, valores e contextos individuais e culturais entremeiam-se de maneira a pessoas integrarem elementos de ambos os sistemas no comportamento do seu dia a dia e na própria compreensão da sua moralidade.

A substituição da moral pelas leis tornar-se-ia incongruente porque o direito não tem por natureza algo imanente que o fundamente...

Limitar a consciência às necessidades primárias é deixá-la à mercê dos ventos sem saber para onde nos levam e facilitar a organização de poderes hegemónicos e formatadores de consciência de caracter oportuno e anónimo...

Como as pessoas imigradas traziam consigo a sua cultura religiosa específica como forma de identificação, surgem na sociedade europeia morais religiosas diferentes, lado a lado...

Assim surgem tentativas a nível religioso e não religioso de apresentar valores consensuais de referência com validade para uma sociedade querida multicultural e diversa...

Hans Küng criou a Fundação Ética Mundial (Global Ethic Foundation) que defende valores básicos comuns em todo o mundo, baseados em pontos análogos já existentes nas diferentes religiões...

(Atendendo ao caracter meramente funcional da pessoa no islão, ele é beneficiado pelo socialismo, no discurso público) ...

Um Estado de caracter globalista e secular orientado pela economia e pelo comércio está interessado em fomentar uma ética secular não baseada na crença em Deus nem na religião e substituir para isso a religião pela ciência e Deus pela razão e o humanismo por um utilitarismo mecanicista...

A razão procura fundamentar valores como dignidade humana, respeito, justiça, compaixão e empatia, baseando-se no direito abstrato de que todas as pessoas são iguais com iguais chances e direitos perante a lei (de notar que já aqui o direito/lei natural contradiz o direito positivo!)...

A ética cristã é de caracter relacional pessoal (centrada no antropológico) de conotação metafísica e a ética secular é de caracter funcional individual abstrato (centrada no sociológico) de conotação materialista (sendo o valor da pessoa concebido em função do colectivo) ...

Nesta perspectiva apologética, tanto a espiritualidade cristã como o idealismo secular fundamentar-se-iam igualmente no medo: no medo do castigo no além ou no medo de castigo no aquém. Os princípios éticos não podem ser reduzidos nem à religião nem à ideologia política, podendo-se, contudo, expressar em diferentes morais e costumes!...

Na moral cristã o soberano é o indivíduo e na moral secular o soberano é o colectivo...

A ideia da moral secular de que atitudes éticas constituem elas mesmas a própria recompensa não tem em conta a natureza humana e carece de sentido que vá além das necessidades individuais e sociais (e como tais limitadas a um tipo de sistema ou regime político-social controlador). O ser humano passa a ser o fim de e em si mesmo, o que contradiz o desenvolvimento aberto da natureza, pois em toda ela se constata que há um sentido e este se processa de baixo para cima...

Os arquitetos de uma nova sociedade tentam criar uma supraestrutura comum, mas confrontam-se com uma sociedade multicultural com fronteiras culturais e religiosas e com diferentes medidas do que é certo e do que é errado (veja-se cristianismo, islão e materialismo) ...

A pessoa é mais que a sua convicção ou mundivisão e por isso não pode ser avaliada pela sua simples convicção nem pela sua função social...

A ideia da globalização e da moral secular não pode passar por cima dos diferentes biótopos culturais nas suas diferentes maneiras de ser, estar, pensar, sentir e agir (a liberdade que pretende para a pessoa deve possibilitá-la aos biótopos culturais)!...

O fomento da autonomia e da livre vontade, que a moral secular (contraditoriamente) quer ver como propriedade sua, esquece que a pessoa mesmo “autónoma” se define também pelo outro (um tu) e se encontra integrada num meio social e cultural...

Pouco a pouco o Estado foi assumindo ao longo da História o caracter humanitário do cristianismo...

Dignidade humana, autonomia e comunidade são factores complementares que não se podem colocar uns contra os outros, tal como não se deve afirmar o Estado à custa da religião nem a religião à custa do Estado; a realidade social em que nos encontramos obriga uns e outros a atuarem numa atitude de subsidiariedade e de complementaridade sem se combaterem para assi se iniciar uma cultura de paz...

O razoável mais natural é afirmar a diversidade dos biótopos culturais que na sua realização contribuem para um melhor espelho da felicidade da sociedade e do globo (na natureza e sua paisagem temos um sobreiral ao lado de um pinhal e de um eucaliptal sem que um espaço tenha de negar o outro nem de excluir outros!) ...

Querer fazer derivar o respeito e o reconhecimento da dignidade humana da justiça social seria cair num círculo vicioso dado a justiça partir da dignidade e do respeito...

A substituição da divindade pela ciência, como pretende a moral secular, também não é consistente dado a própria ciência estar sujeita a mudanças e à confirmação de hipóteses. A moral profana pressupõe o Estado e este revela-se de caracter frágil no decorrer do tempo. Os laços de solidariedade e de justiça social são insuficientes para vincular uma consciência, deixando-a presa ao direito positivo variável, e como tal manca no que respeita à motivação e ao compromisso com a justiça e a solidariedade...

A autoridade moral não pode ser preceituada e pretender baseá-la em estatísticas seria algo aleatório...

Observa-se que uma sociedade ao tornar-se multicultural, para se justificar e autoafirmar inclui nela a luta contra a tradição da maioria e contra a tradição servindo-se para isso de um liberalismo maléfico que conduz ao individualismo deserdado.... uma vez perdida a herança cultural perde-se também a sociedade/povo que, na consequência, passaria a ter uma expressão meramente individualizada, caótica e autoritária...

No experimento de um mundo a tornar-se multipolar, tanto as morais religiosas como as morais seculares terão de empreender uma relação de convívio harmonioso na consciência de que são membros ou especificidades dinâmicas de um só corpo...

Nesse sentido seria de se integrar a nível individual e social o Princípio Jesuíno: a Deus o que é de Deus e ao Estado o que é do Estado salvaguardando a soberania da consciência de cada pessoa sem que esta pretenda exercer a soberania sobre o outro. Pressupõe-se, para isso, o reconhecimento recíproco na base do diálogo e do compromisso, na certeza, porém de que a resposta dada pelo cristianismo como modelo abrangente para toda a humanidade tem um caracter de matriz a não perder...

É por isso que a civilização ocidental, sem renunciar ao que foi alcançado, deve reconhecer o pai e a mãe da sua cultura: o judaico-cristão como mãe e o greco-romano como pai.

 

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9220

sexta-feira, 3 de maio de 2024

MANIFESTAÇÃO ISLAMISTA EM HAMBURGO CONTRA OS VALORES OCIDENTAIS

 

Reivindicação de teocracia como forma de incursão?

 

A marcha islâmica de 27 de abril em Hamburgo reuniu mais de 1000 manifestantes com dizeres como: “Alemanha = valores da ditadura" e o „Califado é a solução"(1)!

A disputa contra a ofensiva islamista na Europa encontra os seus limites na própria doutrina islâmica e nos interesses ideológicos partidários empenhados em ganhar clientela e em concretizar agendas contrariadoras da opinião maioritária. Por isso no que toca às palavras dos políticos vale o ditado de Lutero: “Muitas palavras, pouca oração”!

Os governantes, além do mais, não agem porque não se interessam em conhecer a doutrina islâmica que se encontra no Corão + Sharia + Ditos e Feitos de Maomé (os Ahadith) e que impede até os próprios muçulmanos liberais de se insurgirem em público contra o extremismo islâmico...

A agenda anglo-saxónica, que nos domina também através de agendas provindas da ONU onde se esconde o sentido de desconstruir a cultura ocidental e em especial o catolicismo (na qualidade de instituição global), favorece agendas políticas sob a orientação de minorias contra qualquer consenso...

Muçulmanos que se sentem moralmente superiores não hesitam em defender a luta contra a ordem básica democrática livre e contra o estado constitucional. Segundo sondagens feitas num dos Estados da RFA, 49% dos alunos islâmicos preferem o Califado = teocracia ao sistema de valores europeus (2)! Embora tendo razões factuais para serem críticos perante o sistema ocidental, como cidadãos dele, é incoerente repeli-lo...

O islão é favorecido pelas elites por constituir um movimento que ajuda a abater uma sociedade maioritária baseada nos valores tradicionais ocidentais. O islão serve os seus interesses pelo facto de a pessoa no islão não ter valor próprio, mas apenas na medida em que funciona em benefício do sistema, do colectivo...

Do partido FDP surgiram vozes apelando para que apoiantes do Califado (teocracia) sejam deportados do país (mas também este apelo é em vão dado muitos dos manifestantes terem nacionalidade alemã ou dupla: a maioria são jovens).

Uma realidade que os políticos não quererem reconhecer é o facto de a radicalização dos muçulmanos ser protegida e baseada no Corão...

Este sistema político sob forma religiosa é tão coerente e eficiente em si que mesmo passados séculos são formadas monoculturas islâmicas ou independências políticas como aconteceu no Kosovo e na Albânia que no século XV foi islamizada aquando da invasão turca) ...

O Islamismo está a espalhar-se pela Europa e não se limita à determinação do vestuário nem à imposição de hábitos alimentares nas instituições públicas; ele consegue já determinar o que pode ou não ter espaço na cabeça das pessoas e tem grande influência política exagerada dado ter uma representação desproporcional nas instituições políticas e sociais...

 

A ameaça dos islamistas é negligenciada porque a luta contra o antissemitismo e contra o extremismo de direita é considerada uma prioridade no interesse dos partidos...

 

António CD Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9216

 

 

 

3 DE MAIO DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

 

No Ranking de Liberdade de Imprensa 2024: Portugal ocupa o 7º Lugar USA o 55.º Brasil o 82º

 

As democracias prosperam com base na troca de opiniões, na liberdade de imprensa e no respeito mútuo.

Neste dia é comemorada toda a gama de restrições à liberdade de expressão e em especial os jornalistas perseguidos e assassinados. A organização de jornalistas Repórteres Sem Fronteiras (RSF) queixou-se do aumento da violência contra profissionais da comunicação social em todo o mundo no contexto das eleições.

Esta é uma dolorosa ferida aberta na democracia, na qual estão envolvidos todos os lados e interesses na sociedade. Esta ferida aberta deve-se não só aos regimes políticos que restringem a liberdade de expressão e perseguem ou discriminam jornalistas, mas também aos regimes que manipulam a informação de modo a formatar a consciência social e individual no sentido dos seus interesses e à margem do bem comum (a ameaça aos Media vem da defesa de interesses afirmados à custa das populações na ideia de que quem controla a informação tem o poder sobre a consciência social). Os regimes políticos, em princípio, não estão activamente interessados na liberdade de imprensa nem em promover um jornalismo plural e por isso aumenta a pressão política sobre os jornalistas em geral. A desinformação é uma praga que se alastra progressivamente e vinda de todos os lados.

A classificação dos 180 estados do ranking da liberdade de imprensa regista, em 2024, a Noruega em 1.º lugar, a Dinamarca em 2.º, seguida pela Suécia (3.º), Países Baixos (4.º), Finlândia (5.º), Estónia (6.º), Portugal (7.º), Irlanda (8.º), Suíça (9º), Alemanha (10º); USA (55.º), Brasil (82º), Angola (104º), Moçambique (105º), Turquia (158º), Rússia (162º), China(172º). ....

No final da classificação estão a Eritreia (180º), Síria (179º), Afeganistão (178º), Coreia do Norte (177º) e Irão (176º).

Lista dos países por ordem em nota (1).

A comemoração é realizada anualmente em 3 de maio desde 1994 para monitorar violações da liberdade de imprensa.

António da Cunha Duarte Justo

Nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9210

 

segunda-feira, 29 de abril de 2024

REVANCHISMO DA HISTÓRIA EM PLENA ACÇÃO CONTRA O OCIDENTE


 

REVANCHISMO DA HISTÓRIA EM PLENA ACÇÃO CONTRA O OCIDENTE

 

O Presidente Rebelo de Sousa juntou-lhe o seu Pó de Mostarda

 

Segundo noticiou a Reuters, Rebelo de Sousa declarou a correspondentes estrangeiros, nas vésperas da comemoração do 50° aniversário do 25 de Abril, que Portugal era responsável pelos crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e sugeriu que havia necessidade de reparações... "Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, disse irresponsável e levianamente o Presidente o Presidente...

Como pode um país assumir reparações em relação ao colonialismo do passado se nem sequer os políticos de hoje são responsabilizados perante o país a nível de legislação por possíveis medidas e actos que, por vezes, praticam em desfavor do país e contra o seu povo ou por ações nefastas noutros países através das suas empresas e intervenções?

Numa altura em que precisaríamos de medidas que fomentassem a harmonia entre povos levantam-se os espíritos malignos do revanchismo sendo todos eles, sintomaticamente, contra a civilização ocidental. A era colonial não precisa de ser fonte de orgulho excessivo e menos ainda motivo de revanchismo. Por outro lado, conversa fiada para se julgar no pelotão moral da frente poderia tornar-se num eufemismo de sentimentos de caracter saudosista quando não imperialista, além de fomentadora de reivindicações disparatadas por parte de manipuladores da História!...

 É preciso reconhecer os erros do passado e o abominável mal feito, mas não reactivá-lo de modo a provocar um incêndio internacional de que nenhuma nação ou povo estaria isento. Isto só serviria os activistas de ideologias empenhadas na desmontagem da sociedade europeia...

 Num contexto de revanchismo contra a Europa surgem perguntas ao senhor presidente e a quem pensa como ele: 

Queremos começar agora a exigir da França pelos roubos e crimes cometidos contra as populações portuguesas durante as invasões francesas?

Vamos exigir da Espanha a restituição de Olivença?

Quem fala do milhão de escravas e escravos europeus feita pelo corso muçulmano norte-africano na Europa?

Vai-se pedir indemnização ao 25 de Abril por portugueses mortos devido ao abandono dos portugueses deixados ao Deus dará em África? E a questão esquecida dos retornados e dos soldados mortos em serviço do país?

Será que queremos ter direito a reaver Cabo Verde e São Tomé e Príncipe povoados pelos portugueses?

Que reparações terão de fazer os países colonizados pelos espólios deixados pelos colonos bem como pelos serviços prestados a essas culturas?

Deve o dinheiro dos impostos do cidadão de hoje ser utilizado por erros de políticos de outrora? Será que as retribuições terão de ser pagas pelas classes políticas dirigentes de outrora e seus continuadores no presente?

Será que Portugal quer introduzir o princípio da justiça na História tendo para isso ter de ser posto a leilão? Não seria a aplicação de tal princípio a causa de novas guerras? Que interesses legitimam políticos a declarar uma culpa colectiva a um povo?

Ao serviço de quem se encontram os revanchistas e desconstrutores do passado europeu? ...

O colonialismo nórdico teve outras dimensões de caracter estrutural e tem interesses atuais de outra natureza e categoria nas regiões das antigas colónias não comparáveis com o dos portugueses pelo que não poderão ser tomados como exemplo nas suas iniciativas de reparações...

Não se trata aqui de criticar uma visão fundamentalista com outra visão fundamentalista, mas sim de refletirmos sobre um assunto que poderia ser oportuno e assim impedirmos de se substituir o velho colonialismo por um imperialismo moralista...

Encarar e reconhecer o passado com responsabilidade será a melhor maneira de preparar um presente e um futuro responsável; neste sentido poderá a História ser mestra da vida!

 

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em  Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=9199

 

 

 

sexta-feira, 22 de março de 2024

UNIÃO EUROPEIA NO MAU CAMINHO AO QUERER IGUALAR LEI E MORAL


Vingança não pode tornar-se em Fundamento quer da Lei quer da Ética

 

Ursula von der Leyen quer empregar os lucros do investimento provenientes de activos russos, que a EU congelou no seu espaço, para comprar armas para a Ucrânia. Na Bélgica encontram-se 200 mil milhões de euros do banco central russo, que em 2023 obteve 4,4 mil milhões de lucros.

A UE quer aplicar uma moral construída ad hoc para se vingar da invasão russa. O activismo parece ser o seu movente em vez da atitude nobre e racional. Como pode a UE justificar-se depois da guerra em tribunal se a moral não é objecto de aplicação legislativa! Com esta medida em termos legais a UE ficaria no banco dos réus ao lado da Rússia que a UE condena por lesar direito internacional!

Por que não fazer uso da paciência e não esperar para o fim da guerra geopolítica na Ucrânia para então se proceder à distribuição das reparações a fazer? Tem a UE a necessidade de usar armas contra os russos empregando para isso dinheiro russo? Não se trata aqui de defender alguém, mas de se manter a decência em relação à lei e à moralidade!

Como refere The European, “os bens dos Estados gozam de imunidade ou são pelo menos protegidos de expropriação sem indemnização...

Lei e moral querem-se de mãos dadas não devendo ser aplicadas uma contra a outra. Por trás destas tentativas expressa-se uma consciência decadente e no fundo arbitrária e antidemocrática.

António CD Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9179

LEI ALEMÃ CONTRA O CASAMENTO INFANTIL A CAMINHO

 

O governo federal está preparando uma lei contra o casamento infantil na Alemanha.

O Tribunal Constitucional Federal tinha declarado que o regulamento anterior era incompatível com a lei.

O “novo regulamento constitucional que expressa claramente a proibição do casamento de menores” estipula que os casamentos celebrados no estrangeiro continuarão a ser inválidos na Alemanha se um dos cônjuges tiver menos de 16 anos no momento do casamento!

Países que ainda não regularam os casamentos infantis são coniventes com o abuso, a exploração de menores e o desrespeito da dignidade humana.

António CD Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9173